“Abra a mão e o seu coração para mim”

Leiam o texto abaixo escrito por Eugeniu Sadovei, um dos utentes que pertence ao grupo de autorepresentantes do CRID, onde fica bem patente a importância desta instituição na vida das pessoas com deficiência.
“Abra a mão e o seu coração para mim”
Esta mensagem é para todos os pais e para todos que me vão ouvir. Eu posso não ter capacidade andar, posso não ter capacidade de ouvir ou de falar bem, mas, eu tenho capacidade de ver, sentir e pensar como qualquer outra pessoa. É muito fácil proibir aos deficientes falar, andar, gritar, tocar, rir, mas nós temos necessidade de o fazer…
Eu durante os meus 25 anos tive sorte de coisas boas e menos boas, que fizeram parte da minha vida, e que me marcaram de uma maneira ou de outra. Até aos 16 anos vivi num ambiente cheio de amor, respeito, felicidade, protecção, mas só dentro da minha família e, claro, só entre quatro paredes da nossa casa. Naquela altura eu pensava que todo mundo estava contra mim: um deficiente! Com a ajuda dos meus pais e, mais tarde, com o CRID a minha vida mudou para melhor, os meus sonhos começaram a realizar-se.
Ainda sou novo e tenho a esperança que a minha vida vai mudar ainda mais, estou pronto e com vontade de aprender ainda mais com vocês (CRID). Eu gosto de viver num ambiente de confiança, preciso da vossa ajuda para resolver problemas e tomar decisões, precisamos da vossa ajuda nestes tempos em que discriminação é um problema ainda, para eliminar barreiras que existem nos transportes para as instituições, as barreiras que nos impedem de visitar certos lugares públicos, barreiras na comunicação e na informação. Para dar uma vida melhor e mais acessível a jovens como eu, para dar apoio e força para seguir com os seus sonhos porque a autonomia é muito importante para nós como para qualquer outra pessoa saudável.
O meu maior desejo é ser capaz de sonhar bem alto e realizar estes sonhos tendo uma vida normal, tal como tu, ou como ele, ou ela… Mas sem a vossa ajuda as barreiras e as dificuldades vão ser ainda maiores para as pessoas como eu…
Em Portugal existem cerca de um milhões de pessoas deficientes por isso o sentimento de indiferença é muito triste! Ajudar é o melhor remédio!
 Auto-representante do CRID – Eugeniu Sadovei

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